A saudade define a certeza.

A saudade define a certeza.

terça-feira, 29 de abril de 2014

29 sem filtro.


Hoje tenho mais vontade de correr para os teus braços do que em todos os 45 dias anteriores. [45 dias] E estou desgovernada, sem filtro e muito descompensada. Hoje mal consigo escrever, dói demasiado. Choro desenfreadamente e as lágrimas desfocam tudo. Todos os meses haverá este dia. Todos os anos todos os meses terão este dia. Todas as décadas todos os anos terão este dia em todos os meses. Dava o resto dos dias, dos meses, dos anos, por cinco minutos num abraço teu. Hoje a falta que me fazes é mais do que consigo suportar; e eu bem disse, bem disse que não queria o sol dos dias em que não te tenho. Quero fechar os olhos. Fechar os olhos e adormecer durante muito tempo; tanto tempo que me permita ter-me esquecido ao acordar. Terei de dormir a eternidade? Estou a escrever sem filtro. Sem parar. Sem pausas para pensar, para respirar. Há uma semana atrás sentia uma raiva enorme de ti; uma raiva que, de certa forma, me alimentava; uma raiva que me ofereceu o silêncio e que, de algum modo, apaziguou a inquietação do amor desamado. Já não sinto raiva. Aquilo de que antes sentia raiva, agora só me magoa; já não me zanga, já não me zango. Magoa-me o que já não é meu e é de alguém; mas já não sinto raiva. The Gift. Já não é meu e é de alguém. Quero sentir raiva. Esforço-me por senti-la. Como é que podes partilhar o que é tão nosso? Mas não sinto; esforço-me mas não sinto. Se sentisse, podia perdê-los. Não quero perdê-los. Nem ao que significam. Não quero perder-te; perder-te dentro de mim, perder-te dentro deles. Preciso dessa noite; preciso de ir gritar a banda sonora de mim, a banda sonora de nós. A importância dos The Gift numa história de amor. Um dia destes vou fazer um Post com o título A Importância dos The Gift numa História de Amor. Sem filtro, desgovernada. Sinto-me um comboio em excesso de velocidade que a qualquer momento vai descarrilar; não é pode, é vai. 1h30 para o dia acabar, depois virá a ressaca. A ressaca já conheço, com a ressaca posso bem. Há sempre uma ressaca para cada excesso! Será um excesso este amor que te tenho? Não o sinto como um excesso, preenche cada pedaço de mim e não há parte nenhuma dele que me agrida pela imensidão. O excesso é a falta que me fazes. Fazes-me falta em excesso; fazes-me falta até à ressaca. Hoje a falta que me fazes é mais do que consigo suportar. Faz-me falta o passeio do 29, o parabéns do 29, o "let's stay together for always" do 29, o sushi do 29, as tardes na cama do 29; faz-me falta o 29 anterior e o próximo também. Dói-me antecipadamente o próximo 29. Faz-me falta a tua pele, o teu cheiro no meu corpo, na minha roupa. Bambi, doce, meu anjo, meu amor. Faz-me falta. Tanto muito, tantum, beijos dos nossos. As flores trazidas daqui e dali, os powerpoints, os olhos a brilhar que não podiam, não queriam enganar. Foi há tanto tempo! Faz-me falta, caramba! Sesimbra, Costa da Caparica, férias planeadas. Faz-me falta.  O sofá grande preto da sala, a varanda enorme com a mesinha e os banquinhos, o quarto com a cama gigante, passear os cães, jantar feito a quatro mãos. Sonhos. Só sonhos. "As lágrimas que choro não são penas, são só sonhos." As lágrimas que choro já não podem ser sonhos, são penas, penas que voam para longe. Tira-me a falta que me faz ou dá-me tudo outra vez.      

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